quinta-feira, 23 de abril de 2020

HQ "Ondinas"


Publicada em Chico Bento nº 60 da 2ª série lançada pela Panini Comics, a história traz Papa-Capim tentando conscientizar dois caraíbas sobre jogar embalagens no lixo.

Esse gibi é desse mês, abril/2020, e traz o que todos estavam temendo: Papa-Capim usando roupas. Comentamos sobre isso pelo fato dele ter aparecido com essa roupa nas capas do Almanaque da Mônica nº 80 (março/2020) e Almanacão Turma da Mônica nº 5 (abril/2020). Realmente a MSP segue descaracterizando personagens e dessa fez foi da maneira mais desnecessária que poderíamos ter, colocando roupas nos índios.

Quando esse Papa-Capim apareceu com essa camiseta azul e bermudinha vermelha, eu custei a acreditar e pensei que fosse devido a posição que o personagem encontrava-se na capa. Mas como teve reincidência, era de se esperar que isso acontecesse. Vamos ver se os outros membros da turma do Papa-Capim vão ser contaminados com o roupavírus. Jurema, Cafuné e Cacique que se cuidem.


Boa Leitura.









20 comentários:

  1. A hq é bonita... mas o papa-capim de roupa é totalmente desnecessário. 😐

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    1. Se até na vida real os índios se modernizam, porque na historinha não? Só ongs que adoravam receber milhões que querem os índios ainda vivendo na era da pedra ou seja, tem muito índio que quer dignidade e modernidade sem perder suas raízes.

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  2. O roteiro e a arte são muito bons, o ruim é o Papa-Capim com roupa de caraíba.
    Vestir o personagem tá mais pra ótica religiosa distorcida eurocentrista do que pro politicamente correto, apesar de detestar o politicamente correto, uma característica positiva dele é a inclusão, aceitar o diferente do jeito que ele é, como já mencionei antes o politicamente correto em alguma medida é necessário, no caso da Turma da Mônica ele foi um desastre porque não souberam dosar, permitiram 100% de suas imposições, o Papa-Capim pra ser aceito na TM atual teve que se vestir como caraíba, tal medida vai na contramão do politicamente correto, pra mim soa como ótica reacionária provavelmente de cunho religioso, deduzir que o indiozinho dava mau exemplo com seu look trivial é deveras equivocado!
    Já que defecaram no batatal, evacuaram na retranca, não tem mais jeito mesmo, tô ansioso pra ver a roupinha do Cafuné, ele usava roxo claro, será que seu calção será da mesma cor e qual será a cor da camisa?

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    1. Exatamente, Xeclinghe, isso me lembra daqueles Jesuítas que queriam evangelizar os índios e fazer com que eles se comportem como os homens brancos, eu sei que existem Índios que usam roupas, mas pra que fazer essa mudança agora? Isso me deixa chateada com a MSP.

      Primeiro eles emagrecem os personagens(O Quinzinho continua gordo tanto na TM e na TMJ pelo menos) e agora fazem isso? Vai entender.

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    2. Emagreceram o Nhô Lau, mudaram os traços da fuça do Rolo, colocaram roupas nos índios e pelo jeito vem mais papagaiada por aí, aguarde os próximos capítulos!

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    3. Tô curioso pra saber também se manterão isso, como serão os outros personagens ou se vão voltar ao Papa-Capim tradicional.

      Além do exemplo que vocês deram, tem a mãe do Cebolinha que tá bem magra também.

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  3. Cada vez radicalizam mais no politicamente correto, ficou horrível vê-lo assim. Eu pensava que por ser uma capa com todos vendo nas bancas iam implicar só por ser capa, mas histórias ficariam na mesma. Com certeza a tribo toda vai estar vestida agora. Cafuné deve ter o calção roxo se seguir igual como foi o Papa-Capim.

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    1. Marcos, concordo que o politicamente correto é o pior dos mundos, contudo, desde que a MSP o aderiu integralmente, aumentou expressivamente o número de personagens com necessidades especiais o que é algo positivo, se olharmos pelo prisma da inclusão, o Papa-Capim e os outros ameríndios foram privados do uso de seus trajes típicos que são parte importante de sua cultura, seus trajes são parte de sua identidade enquanto povo, ou seja, na TM os indígenas não têm plenitude como tiveram outrora, percebe a contradição, percebe a esquizofrenia? Esquizofrenia é o indivíduo contra si mesmo, o sistema contra ele mesmo, numa cultura de inclusão que é o que o politicamente correto prega enfadonhamente, parte importante da cultura ameríndia foi excluída.
      Freud explica! Meu comentário acima é de fato polêmico, soa contraditório, todavia, a contradição tá sendo praticada pela MSP, percebam a linha tênue, é polêmico e bem reflexivo, entendo perfeitamente se discordarem.

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    2. Tem tanta coisa pra MSP se preocupar que acho que a roupa de um personagem infantil indígena seria o de menos. Foi totalmente desnecessário.

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  4. Sim, Fabiano! O seu comentário corrobora com o que estou dizendo, eles querem o máximo de inclusão possível, o que a princípio pode ser positivo, o politicamente correto prega a inclusão, a igualdade, mas, o problema é o que tá embutido nessa ideologia, o lado negativo é a descaracterização dos personagens em nome da "igualdade" que nas entrelinhas se traduz em "padrão", daí entram Thuga, Pipa, Dona Cebola, Nhô Lau menos gordos, Chico Bento e seu primo Zeca com os narizes menores, Rolo com os cabelos e barba sempre bem aparados pra não passar mais a imagem de rebelde descolado e eventualmente esculachado, os personagens da Turma da Mata não podem mais questionar, ter senso crítico, porque ferem a padronização, aquelas indagações filosóficas do Horácio e em menor grau do Chico Bento não ocorrem mais também, porque angústia não se padroniza e angustiados costumam questionar, portanto, filosofia é impraticável nessa forma de igualdade, se alimentar de sangue, provocar, bater, gulodice, ter contato com lixo e com lama, tudo isso é visto como imperfeições ou distúrbios nessa igualdade ideal, até aí acho que tá dentro da lógica, o que parece fugir desse padrão é a questão indígena, vestir os índios com roupas de caraíbas parece obra do politicamente correto, mas, a contradição está no fato de o politicamente correto normalmente não interferir negativamente nas questões identitárias, ele costuma se fortalecer com o avanço desses movimentos, é aí que entra a MSP contradizendo o politicamente correto e mexendo com a identidade indígena na questão das vestes.
    Aquela convivência harmônica das diferenças que ocorria com a TM no passado era fantástica!

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  5. Podemos chamar essa igualdade de fascismo, não é exagero, o fascismo começa mordiscando sutilmente pelas beiradas até consolidar-se, visto que as individualidades foram suprimidas em prol de um padrão coletivo, aquelas características fantásticas que fizeram da TM uma obra grandiosa já estão no passado há um bom tempo. No caso do Papa-Capim o preconceito tá muito evidente, pode até ser obra do politicamente correto, mas, aponta pra algo mais sinistro do tipo moralista e político-religioso com uma pegada ainda mais reacionária do que de costume, por isso levantei a questão, mas, vou deixar a culpa somente com o nosso antagonista favorito pra não polemizar mais.

    Quando falamos de fascismo sempre o imaginamos atuando em países com maiorias brancas e nações como o Brasil onde as elites são majoritariamente brancas, mas, países como Índia, Iran, China, Indonésia e nações subsaarianas, o fascismo também é bastante atuante e quem o pratica não são brancos. O preconceito é inerente à humanidade.

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  6. Concordo contigo, mexer nos personagens consagrados foi um tremendo erro, como o cartunista sempre teve facilidade para criar, poderia criar de acordo com as demandas e não ajustar os clássicos e desfazer toda aquela trajetória magnífica, puta falta de consideração com os fãs da velha guarda!
    Dos personagens antigos, curto praticamente todos, a Denise acho sem graça, ela tem um espaço imenso na TM atual, outros que acho chatos são Marina, Nimbus e Do Contra, prefiro muito mais a Rita Najura ou a Simone do que qualquer um dos quatro, respeito o gosto alheio, parece que serviram de inspiração para deixar o núcleo Mônica cheio de faniquitos, eles não ficaram ruins, já foram criados assim, não mudaram nada de lá pra cá. Dos personagens baseados nos filhos do homem, só curto Mônica, Magali e Maria Cebola.

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  7. o que me incomoda mais não é querer modernizar o personagem ou tal, é a paranoia do politicamente correto que descaracteriza personagens. Mudanças sempre são aceitáveis, mas a MSP anda exagerando muito.

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    1. Concordo plenamente. Dá pra fazer algumas mudanças mas sem exagerar ou fazer o personagem perder a personalidade ou característica marcante.

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  8. Concordo que é desagradável ver crianças seminuas e até tiraram isso das histórias, mas esse personagem indígena a gente vê a história com bastante naturalidade. Acho que nem precisava disso.
    Realmente eu lembro que tem uma história do Chico parecida mas não pesquisei pra ver em qual edição. Eu lembro que na Mônica 1 da Globo o Bidu tem uma menção dessa história.

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  9. Achei interessante a sugestão do Fabiano de ter uma galera indígena moderna. Mas o que adianta criar personagem e não ter uma personalidade interessante? Estão tirando as características marcantes dos personagens antigos, logo logo a TM pode ficar sem graça.

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  10. É só uma camisa, a essência do personagem é a mesma.

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